A performance Ventre Livre é um desdobramento de pintura, na qual duas mulheres religiosas leem um livro sagrado e tem suas entranhas abertas e conectadas. Durante o ritual, o público é convidado a partilhar o bolo em formato de intestino, evocando a simbologia da conexão através dos órgãos vicerais e da sabedoria proveniente não das leis dogmáticas, mas do espectro animal irracional.
O sistema gastro intestinal possui o mesmo número de neurônios da medula espinhal, cerca de 100 milhões de neurônios e compreende uma ferramenta de interação com o mundo, muitas vezes deixada de lado e suprimidas em detrimento da razão.
Na performance há uma terceira figura feminina que utiliza um chapéu em formato de igreja espelhada escondendo seu cabelo, símbolo da natureza incontrolável e de conexão com Deus em muitas religiões. A igreja, assim como os livros, representa os organismos sociais incumbidos de propagar leis para o condicionamento do irracional e que podem, por sua vez, tolher mecanismos naturais de expressão e conexão humana.